Você sai com os amigos de novo, mas não é a mesma coisa.
Você se diverte, mas tudo é diferente do que era.
Ou talvez seja tudo igual, só que agora nada te apetece.
Seus grandes amores parecem meros casos, suas montanhas intermináveis parecem montinhos de areia.
Os opostos se distraem, os dispostos se atraem and all that jazz.
Teu coração te diz que o número de experiências que você pode ter é infinito, mas que a sua rotininha imprestável te impede de ver os inúmeros caminhos que o mundo lhe oferece.
Você sabe que quer algo, mas não sabe o que quer.
Para seu desespero, você olha para o lado e vê que aqueles que te rodeiam – aqueles que você mais ama e se importa – respondem sempre aos mesmos estímulos da mesma maneira.
Triste, você percebe que eles se contentam em deixar seus sonhos para amanhã, preocupando-se apenas em sobreviver ao dia-a-dia.
E você não pode culpá-los por seus desejos serem tão simples e inócuos.
E pior.
Analisando friamente a situação, você percebe que talvez pudesse ser muito mais feliz se fosse que nem eles.
Mas você não consegue lobotomizar suas experiências e assassinar suas aspirações. Você não consegue e, principalmente,... você não quer.Pois isso faria com que você deixasse de ser quem você é.
E a única coisa que você sabe com certeza é que você não quer tolher seu eu lírico para se adequar às expectativas dos outros ou jogar no lixo todos os seus modestos impulsos magníficos de criatividade para fazer parte de um todo inexpressivo. Entende?
- Entendo perfeitamente.